O tempo não para

Créditos: samelkinsphoto

De tudo que eu conheço nessa vida o que mais me frusta é o tempo. É horrível como alguns números que mudam a cada 59 segundos podem definir nossas vidas. 

Tudo funciona como um único cronograma, o que mata aos poucos nosso próprio tempo. Segundo a segundo, alguém em algum lugar do mundo abre um sorriso. Minuto a minuto, alguém derruba lágrimas ao som de uma música melancólica que remete a memórias do passado. Hora a hora, alguém sente sede do novo e decide tornar o desconhecido, conhecido. Todo dia 31 de dezembro ás 23:59 um coração decepcionado cruza os dedos e faz a boca dizer "Esse ano vai ser diferente!" e na maioria das vezes, não é. Eu posso desligar os relógios, fechar a janela do quarto e viver no escuro, mas a vida lá fora não para de acontecer. E acontece tão rápido! 

O sol nasce e trás consigo centenas de pessoas apressadas para as ruas, que carregam consigo sorrisos falsos, aquela dor de cabeça infernal que ainda não tiveram tempo de ir ao médico examinar e por fim, todos os seus sentimentos e problemas mal resolvidos que acabam escorregando de suas cabeças e sendo assim esmagados pela multidão. Pessoas cansadas que não veem a hora de deitar, dormir e acordar para viver outro dia exatamente igual, já que estão presas nesse ciclo pelo resto de suas vidas. 

Mais tarde, o sol se põe e vai iluminar outro lugar junto a outra multidão. E nessa correria toda, o tempo não tem tempo de parar.